Vinhos argentinos avançam sobre Chile na conquista da China

O mercado. China compra ao exterior uns US$ 12 milhões em vinhos. A Argentina e o Chile, juntamente à África do Sul e aos Estados Unidos, prevém ações conjuntas de comercialização. Lançarão a New World Alliance. Judas, um tinto argentino da vinícola Sottano, é o melhor vinho do mundo para acompanhar o pato laqueado, prato emblemático da gastronomia chinesa, segundo o jurado asiático que o distinguiu no marco da Feira Internacional de Vinhos e Bebidas Alcóolicas de Hong Kong, que se realizou entre 3 e 6 de novembro. Judas foi laureado pelo jurado da Competição Internacional de Vinhos que se realiza nesta feira, sendo eleito entre 1.289 vinhos de 23 países, incluindo a China. Outros 37 vinhos argentinos foram distinguidos pelo júri asiático, assim como 18 chilenos. “Se nosso vinho emblema tem a personalidade para acompanhar um prato tão tradicional, significa que o paladar asiático vai estar preparado para interpretar o que Judas e o resto de nossos vinhos querem dar a esse consumidor”, comentou Sebastián Olalla, diretor comercial da vinícola. A Argentina exportou vinhos a Hong Kong por uma quantia de US$ 1,68 milhões em 2008, segundo informou Andrew Maidment, gerente para o Reino Unido e a Ásia de Wines of Argentina de uma entidade que agrupa aos produtores desse país. Nos primeiros nove meses de 2009, se colocaram vinhos por US$ 1,78 milhões nesse território. Maidment estima vendas de 2,5 milhões durante este ano, um crescimento de 50% com respeito ao ano anterior. Se prevém colocações de US$ 4,4 milhões na China continental para este ano. Na feira de Hong Kong estiveram representadas 21 vinícolas argentinas. O outro grande país vinícola sul-americano, Chile, esteve representado por 11 produtores. Entre janeiro e agosto de 2008, Chile vendeu 6,5 milhões de dólares em Hong Kong, segundo Wines of Chile, uma associação de produtores de vinhos desse país. No mesmo período de 2009 as colocações cresceram 6,6% até 6,96 milhões de dólares. Entretanto, o mercado chinês demandou 12,13 milhões no mesmo período. “O investimento que se está fazendo no Chile é extraordinário”, comentou Arnaud Frenet, gerente comercial de Viña Casa Silva, uma vinícola que vende produtos de alta gama. “Em Hong Kong podemos ter uma estratégia parecida aos Estados Unidos porque o mercado é muito mais maduro”, afirmou Frenet, “o mesmo vai passar em Singapura ou talvez no Japão”. “O mercado chinês é muito complicado para nós porque não somos muito competitivos quanto ao preço”, aclarou o homem de negócios. “Nossa estratégia tem sido de nos associar com gente que ensina sobre vinhos, isso nos permite ingressar em segmentos de mercado onde todo mundo está disposto a pagar mais por um produto de qualidade”, explicou Frenet.

*Desde Hong Kong (AFP).

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